quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Projeto de Lei 2086/2011 – Deputado Ricardo Tripoli PSDB/SP

            Um dos assuntos mais comentados entre os adeptos e simpatizantes das provas campeiras nos rodeios de nosso Estado.
           Parece que o projeto está parado aguardando o retorno do recesso do Congresso para andamento dos feitos, mesmo assim, não deixa de angustiar os nossos campeiros, pois o Deputado Ricardo Tripoli semeou uma tristeza muito grande no coração dos gaúchos ao propor o fim dos rodeios devido aos maus tratos acasionados aos animais durantes as provas.
           Abre aspas, "maus tratos" de que espécie de rodeio mesmo? Da cultura gaúcha certamente que não! As festas campeiras de nosso Estado estão regulamentadas desde o ano de 1987, quando Zeno Dias Chaves transmitiu ao MTG sua intenção, apresentando inclusive, um esboço de regulamento, para posterior elaboração de projeto votado e aprovado em Júlio de Castilhos na 26ª Convenção Tradicionalista.
A iniciativa, segundo seu idealizador, teria como objetivos: “Unir os gaúchos campeiros em um evento, nas diversas modalidades, para confraternizar e apurar seus campeões com representação dentro e fora do Estado, para competições desta natureza.” Para tanto foi realizado um trabalho sério de pesquisa sobre os usos e costumes dos homens do campo, de forma a retratar uma cultura que era, e ainda é, rotina na lida campesina.
Vejam alguns tópicos do regulamento das festas campeiras de nosso Estado:

Art. 33 - É proibido o uso de esporas tipo nazarena, bem como qualquer outro modelo que tenha a roseta travada ou que se trave (acampanada).
Art. 34 - Parágrafo único - Os Ginetes somente poderão usar para surrar o animal, lenço, pala ou mango de pano, sendo este fornecido pelo tropilheiro ou pela comissão organizadora do evento.
Art.93, § 3º – O concorrente que surrar/maltratar o animal de sua montaria e/ou a rês será desclassificado da prova.

           Como todos podem perceber, nossos rodeios não permitem que animais sejam maltratados, ao contrário, penaliza quem desobedece os regramentos. Não podemos ter a nossa cultura confundida com a de outros estados, países até!
            Imagino que a intenção do nobre deputado deva ter sido bastante nobre, haja vista os absurdos que sabemos que são cometidos contra animais em muitos lugares, mas seu equívoco foi nos julgar pelo todo, por analogia, sem estudar a fundo as peculiaridades regionais, afinal, cada lugar tem sua história, sua diversidade cultural, e não se pode negar ao povo o direito ao culto de sua tradição, pois é histórica, logo, imutável.

            Abaixo, deixo aos amigos a nota oficial do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul - Pronunciamento do Presidente Erival Bertolini ao vivo pela TV Tradição:


               O Movimento Tradicionalista Gaúcho, cumprindo com sua função de preservar o núcleo da formação gaúcha e a filosofia tradicionalista, tem acompanhado, de perto, o desenrolar das discussões referentes ao projeto de lei 2086/2011, do Deputado Federal do PSDB/SO, Ricardo Tripoli, que, para atingir seus fins, poderá acabar com os rodeios pelo Rio Grande do Sul. O assunto despertou o forte debate nas redes sociais e na mídia, em suas diversas formas, motivando o MTG a se pronunciar de forma oficial.
               Depois de muitos contatos com representantes do Rio Grande do Sul, na Assembleia Legislativa do estado, na Camara Federal, com coordenadores e conselheiros do MTG, o Presidente Erival Bertolini foi contatado pelo Deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Goergen comunicou que, o Deputado Ricardo Tripoli, ficou impressionado com a repercussão entre os adeptos das lides campeiras do Rio Grande do Sul, da qual ele não tinha a dimensão da grandiosidade destas atividades no sul do Brasil.
                Jerônimo Goergen tranquilizou os tradicionalistas que, neste período não haverá andamento no projeto, pois o Congresso entra em recesso até fevereiro, mas que, receberá o Movimento Tradicionalista Gaúcho em Brasília, na 2ª quinzena de fevereiro para discutir este assunto.
                É importante lembrar que, o MTG, representando seus filiados, possui um termo de ajuste com o Ministério Público do estado que estabelece normas para a realização dos rodeios crioulos, cumprindo as leis federal e estadual que tratam deste assunto, jamais permitindo maus tratos com animais.
Erival Bertolini
Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho/RS

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